Cerca de 20% da população nova-serranense agendada para a vacina contra a Covid-19, não está comparecendo aos postos de vacinação para receber a segunda dose do imunizante. No ato da vacinação o paciente já recebe as instruções sobre local, data e horário da sua segunda dose. No Brasil, ao menos 1,5 milhão de indivíduos fizeram o mesmo, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde em abril. Em Minas Gerais, apenas 16,32% da população está totalmente imunizada contra a doença, o que corresponde a 327.357 pessoas.
Até sexta-feira (13), de acordo com o Painel Vacinômetro do governo de Minas, Nova Serrana havia aplicado 38.791 vacinas da primeira dose, 8.586 da segunda e 2.607 de dose única. Ou seja, 50,84% da população recebeu a primeira dose, enquanto apenas 14,67% foi completamente imunizada com a segunda aplicação e dose única.
O não comparecimento para a segunda aplicação é denominado tecnicamente de “taxa de abandono” e é esperado por especialistas em imunização, sobretudo para vacinas que precisam de mais de uma dose. É “um clássico”, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Gente que teve reação após a primeira dose e desistiu de tomar a segunda ou simplesmente se esqueceu, além da falta de vacinas são algumas explicações”, afirma.
Alguns dos motivos apontados por especialistas para o abandono da segunda dose são a confusão sobre o intervalo entre elas, o medo de reações adversas e a confiança em informações falsas sobre os imunizantes.
“O munícipio de nova serrana não teve falta de vacinas, a logística e organização local está sendo realizada de forma rigorosa para que não falte a segunda dose do imunizante. Muitas pessoas deixam de ir aos postos de vacinação devido ao esquecimento e devido às fake news que são divulgadas na mídia, muitas pessoas acreditam já estarem imunizadas apenas com a primeira dose”, explica o coordenador do Centro de Vacinas do Município, Luiz Fernando de Almeida.
Segundo ele, até o momento o grupo de gestantes, puérperas e idosos são os principais grupos que não estão procurando os postos de vacinação para segunda dose. Além disso, a média é de 15 a 20 pessoas por dia que voltam pra casa quando percebem que a vacina ofertada não é a que escolheram. As justificativas passam pela dúvida sobre a eficácia ou sobre a segurança dessas vacinas – quase sempre instigadas por notícias falsas. E a fila da vacina, que deveria correr para frear a disseminação do vírus e o surgimento de novas variantes, começa a ficar mais lenta.
Para a pesquisadora em Metodologia Científica, Nayara Santos, A vacinação só irá diminuir os impactos do coronavírus se for pensada de forma coletiva. A médio prazo, para desafogar os hospitais e os leitos; a longo prazo, para trazer a imunidade de rebanho. Para explicar melhor, Nayara faz um paralelo com o pré-natal durante a gestação. “Ele é uma estratégia de saúde coletiva que tem como principal objetivo reduzir a morte da mãe e do bebê. Entretanto, mesmo com o pré-natal, ainda vão acontecer mortes de mães e de bebês, infelizmente. Mas, isso significa que o pré-natal é algo inútil e que não precisa ser feito, já que mesmo fazendo eu posso ter algo grave? Não. O pré-natal influencia de forma importante na qualidade da gestação da mulher (impacto individual), mas também impacta na redução das mortes materna e infantil (efeito coletivo). Ou seja, temos um impacto individual, mas também um considerável resultado coletivo, pela redução da taxa de mortalidade materna e infantil geral. A vacinação segue a mesma linha. As pessoas se vacinam e reduzem suas chances individuais de se infectarem, terem uma doença grave e morrerem. Mas, muito além disso, estão ajudando as taxas gerais de infecções, formas graves e óbitos a reduzirem. Quando eu me vacino eu estou me protegendo e protegendo outras pessoas que podem não ter tido a oportunidade de se vacinar ainda. Então, quando chegar sua vez, se vacine”.
Questionada se, diante do atual cenário, o ‘novo normal’ vai demorar a acontecer, a pesquisadora afirmou que é difícil responder, por se tratar de uma doença muito nova e ainda não termos dados de longo prazo. “Mas, com a vacinação de uma porcentagem considerável da população, variando aí entre 60% e 75%, parece que poderemos viver com uma redução considerável das restrições de circulação, com redução do uso de máscaras, e com a ausência desse medo tão aflorado de perder alguém pela Covid-19, conforme vimos em outros países. Mas, ainda é cedo para dizermos se vamos conseguir voltar ao normal. Tudo indica que temos resultados promissores para o fim de 2021 e início de 2022, se a população brasileira aderir à vacinação”, conclui.
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